Tecnologia como Ponte: O Uso das Plataformas Educacionais no Planejamento e na Prática

Professora Ana Maria – Escola Rosa Penido Dalla Vecchia

Contexto e Desafio Inicial

Ao longo do primeiro semestre de 2025, minha participação na Mentoria Pedagógica FLUPP revelou uma transformação significativa na forma como organizo minhas aulas em turmas multisseriadas. O desafio que sempre acompanhou minha prática era estruturar propostas que contemplassem diferentes faixas etárias, ritmos de aprendizagem e necessidades específicas de estudantes que compartilham o mesmo espaço, mas não o mesmo momento de desenvolvimento.

Foi neste cenário que as plataformas educacionais emergiram não como solução mágica, mas como ferramentas estratégicas de mediação pedagógica.

Reorganizando o Planejamento: Diferenciação e Intencionalidade

A plataforma do aplicativo educacional tornou-se um espaço de organização e disponibilização de conteúdos diferenciados. Ao estruturar atividades em projetos como Vivendo e Aprendendo com a Natureza e Leituras do Campo, utilizei as ferramentas para:

  • Propor desafios personalizados conforme o nível de compreensão de cada grupo;

  • Compartilhar materiais de referência (vídeos, documentos, imagens do território) que enriquecem a contextualização;

  • Organizar os materiais produzidos pelos estudantes, criando um acervo coletivo de aprendizagens.

Essa organização permitiu que eu acompanhasse quem estava em qual estágio da atividade, facilitando intervenções mais adequadas e oportunas.

Avaliação Formativa: Acompanhamento Mais Preciso

Outro avanço fundamental foi incorporar as plataformas no processo de diagnóstico e avaliação contínua. Por meio de tarefas interativas e registros sistemáticos, passei a identificar com maior clareza:

  • As dificuldades específicas de cada estudante ou grupo;

  • Os avanços incrementais nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio;

  • Os padrões de engajamento e colaboração.

Com essas informações, ajustei meu planejamento em tempo real, oferecendo interveniências mais pertinentes e reconhecendo progressos que, de outro modo, poderiam passar despercebidos.

O Essencial: Mediação Crítica e Intencionalidade Pedagógica

A tecnologia, por si só, não transforma práticas. O que realmente faz diferença é a intencionalidade com que a usamos. A plataforma precisa dialogar permanentemente com:

  • O contexto territorial da escola;

  • Os saberes locais dos estudantes e da comunidade;

  • Os objetivos de aprendizagem que pactuamos coletivamente.

Sem essa mediação crítica e reflexiva, a ferramenta corre o risco de ser apenas um meio de reprodução de conteúdos desconectados da realidade.

💬 Reflexão da Professora Ana Maria

"A plataforma é uma ferramenta. O que faz diferença é como nós, professores, a usamos para conectar aquilo que está na tela com a vida concreta dos nossos estudantes. Não é a tecnologia que educa — somos nós, em diálogo intencional com os territórios e com cada estudante."

an abstract photo of a curved building with a blue sky in the background