Quando a tecnologia aproxima: o uso da Inteligência Artificial no planejamento pedagógico — Professora Lídia

Planejamento docente, tecnologia educacional, inteligência artificial, escola do campo, multisseriado

Durante a segunda formação da Mentoria Pedagógica FLUPP, realizei minha primeira experiência prática com o uso da Inteligência Artificial como ferramenta de apoio ao planejamento pedagógico. No início, confesso que a proposta me causou estranhamento. Como professora em uma escola do campo, com realidades tão particulares e turmas multisseriadas, eu me perguntava: será que uma tecnologia criada longe do nosso território pode realmente ajudar?

No decorrer da formação, fui provocada a testar a IA para gerar ideias de situações-problema para minhas turmas. O primeiro exercício envolveu a criação de um problema de matemática relacionado ao cálculo da área de um canteiro da horta escolar. O resultado me surpreendeu: o enunciado veio com uma estrutura clara, contextualizada ao campo e adaptável ao nível dos meus estudantes. Senti, então, que a ferramenta poderia ser uma aliada — desde que usada com intenção e olhar crítico.

Nas semanas seguintes, passei a experimentar a IA para gerar propostas de atividades diferenciadas para os três níveis que atendo em uma mesma sala: iniciante, intermediário e avançado. A tecnologia oferecia sugestões iniciais, mas sempre precisei ajustar para respeitar as especificidades culturais, linguísticas e cognitivas dos meus estudantes. Percebi que a IA não substitui o trabalho docente; pelo contrário, potencializa a criatividade e ajuda a economizar tempo no rascunho de ideias, permitindo mais foco na mediação e no cuidado com as adaptações necessárias.

Essa vivência ampliou meu repertório e minha confiança em inovar. Hoje vejo a IA como uma ferramenta que, quando bem utilizada, contribui para o planejamento intencional e para a diferenciação pedagógica, principalmente em contextos tão diversos como os da escola rural multisseriada.

💬 Reflexão da professora Lídia

“A inteligência artificial não substitui o olhar do professor. Ela amplia caminhos, mas quem escolhe o rumo somos nós.”